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sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

Me perguntou se está tudo bem, e eu disse que sim. É claro. Se eu digo que não, já ouço aquele "ahm", que significa "de novo, lá vamos nós...", como se a única coisa que eu gostasse de fazer da minha vida fosse discutir cada problema que aparece.
A verdade é que eu gosto de conversar. É opinião unânime que as pessoas devem dizer o que sentem, principalmente quando uma outra pessoa está agindo de uma forma que entristeça a outra. Aí é necessário que as duas partes entrem num consenso. Ok, eu entendo que comigo isso se transformou em rotina, mas porque nenhuma das conversas deram em nada. Tudo na mesma. Eu gosto de tentar resolver os problemas. Mas isso é impossível quando a outra parte deixa claro que detesta isso, e prefere fingir que não aconteceu a conversar sobre as coisas e saber onde um e outro estão errando.
Só que chega um momento onde tudo se acumula. Eu sou como um balão, vou inflando e inflando, até que chega um momento que o espaço acaba. Aí eu me torno uma pessoa rude e má. E eu detesto isso, mas, como ser humano, não tem como eu sofrer as bordoadas da vida e não querer retrucar.
Onde tudo começou?
Foi uma semana difícil...
Acho que foi pelo próprio fim de semana. Quando eu fiquei sem saber se devia ir atrás ou ficar quieta no meu canto, porque deixou claro que era um dia pra estar sozinho. Aí eu entrei em curto. As duas possibilidades pareciam ruins. Passei o dia me corroendo com isso.
No resto da semana, as coisas ficaram meio repetitivas.
Mensagens que nunca foram enviadas, quando havia totalmente a possibilidade de serem. Desatenção, talvez? Eu sou chata, implicante, irritante, e tudo o mais. Mas tenho consciência que dediquei alguns segundos da minha manhã ou da minha noite pra mostrar que lembrava e me importava. Isso antes de tudo isso acontecer, claro.
Aí eu sei que vai aparecer o argumento: mas, e as ligações?
Bom, monólogos intermináveis, com muita impaciência e interrupções para fazer outras coisas, além de as ligações serem péssimas, mal dando pra ouvir qualquer coisa. Mas isso não justifica todas as vezes que desligou sem se despedir, e nem pediu desculpas por isso, quando ainda tinha sinal. Quando aparecia uma oportunidade pra eu falar, interrupções constantes, como se o que eu tivesse pra dizer não fosse nem um pouco importante. Ainda, eu alertei pra problemas por causa das ligações, mas não quis me ouvir. E quando esses problemas se mostraram verdadeiros, culpou a mim. Eu, que confiei quando disse que ia ver e tava tudo sob controle...

Fui chamada de mentirosa novamente porque não lembrava ao certo de coisas que aconteceram a quatro, cinco anos atrás, como se tivesse algo pra esconder desse tempo...
Brigamos porque quis conversar pra resolver as coisas, e, como sempre, nada se resolveu, só pareceu que eu só quero colocar limites pra me sentir poderosa. Acho que toda mulher, homem, ser humano, quer se sentir especial sozinho. É opinião, e tenho certeza que compartilha dela, que toda vez que falamos de outro ser do sexo oposto ressaltando suas qualidades, o ciúme se acende perigosamente. Ninguém quer ser lembrado que o outro tem olhos e pode olhar pras pessoas na rua e ter pensamentos sobre elas... Mas, beleza. Vamos deixar isso pra lá.
Ah, essa também não é tão importante, mas eu preciso mostrar porquê de tanta indignação.
Conversas abandonadas. Se encaixa no "o que eu tava dizendo não parecia importante". Eu falar, e, de repente, troca de assunto, talvez porque seja mais importante. Depois dizem que eu não falo nada, não tenho opinião, não desenvolvo assuntos...
Agora eu vou falar do assunto mais delicado: urubus.
Essa semana também foi a semana de encher a cabeça de caraminhola. Já tínhamos conversado a respeito, mas aí, veio o empurrão de novo. Gente querendo se fazer de importante. Aí eu pensava: ela tá querendo se fazer de importante, ou será que ela foi tratada como se fosse importante? Lógico que eu fiquei com a primeira opção. Mas, mesmo assim, a coisa ainda fica feia. Porque nenhuma atitude foi tomada. Nenhuma explicação, nenhum pedido de desculpas, nenhuma medida tomada contra essa pessoa. Talvez, ela seja importante mesmo...
Como diriam todas as mulheres do mundo: ai, se fosse comigo isso...
Me disse que eu sou muito ingênua e isso é perigoso por causa dos outros caras. E aí? Foi pego nessa armadilha que me disse pra ter cuidado. Ou acha que isso acontece só com mulheres?
As mulheres, quando querem algo com um cara, são muito piores do que os homens.
E nosso aniversário, ficou ao léu... Como se sentir feliz e comemorar, se a única coisa que te dá vontade é de gritar?

Bom, é isso.
Não sei se foi por simples desatenção, se eu não tô merecendo mais o amor de ninguém, se eu perdi a importância... sei lá. Espero um dia saber. Talvez o erro tenha sido meu...
E eu sei que eu errei e muito também essa semana. Mas, como demonstrar carinho, amor e atenção, quando se está ocupado demais refletindo sobre tudo isso?