Eu estava pensando. Pensando e pensando sobre todas as injustiças, sobre toda essa conformação do povo, sobre como as coisas deveriam ser, e sobre como, na verdade, são.
Andei pensando sobre as manifestações que ocorreram e que estão acontecendo no Brasil inteiro, nas reivindicações, nos resultados obtidos, no que poderia ser feito, o que já foi feito.
Minha revolta começou junto com as manifestações porque, até então, eu queria que a política se explodisse junto com nossos queridos políticos corruptos. Foi preciso acontecer uma coisa assim pra que eu e mais um monte de gente abrisse o olho e dissesse: Ei! Como assim? A gente não gostou, então, a gente pode mudar porque a gente é a maioria e é pra gente que as coisas têm que ser feitas.
Fico triste de ter crescido sem a instrução e a curiosidade pra acumular conhecimento e opinião sobre como nossa política funciona, sobre direitos e deveres, sobre como o povo deve agir perante certas coisas.
Mas, mesmo que tarde, e mesmo que ainda eu não entenda nem saiba como as coisas foram e são, aprendi a pensar usando a lógica e, com isso, formar opiniões que, mesmo deturpadas, servem para formar novas opiniões, ou, quem sabe, para mudar a nossa condição.
Essa semana estava indo trabalhar e, enquanto pegava um trem lotado, para ir para um lugar mais lotado ainda, ouvi no rádio (com meus fones de ouvido) que o lindinho do nosso caro petista mensaleiro, José Genoíno FDP do Inferno, entrou com um pedido de aposentadoria por invalidez, pois teve uns problemas de coração aí que infelizmente não o matou. Preciso dizer que ele foi condenado à mais de 6 anos de prisão. Preciso dizer que este indivíduo, mesmo com tudo o que fez, continuará ganhando 20 mil reais por mês de qualquer forma por tempo de contribuição no Legislativo. Preciso dizer que ele ganhará esse valor mais a aposentadoria, caso consiga. Ah, e que a aposentadoria aumenta conforme aumentar para os senadores.
Preciso dizer que quero me matar? Melhor, que quero matar ele? Preciso dizer que não ouvi uma só boca defender este crápula imbecil?
Pois então.
E o que nós fazemos? Nós ficamos dizendo que isso é uma merda, que o país tá uma bosta, que é tudo corrupto, que é assim e SEMPRE SERÁ. VÁ TOMAR NO CÚ!
Vai ser assim, enquanto as bundas estiverem enterradas nos sofás e cadeiras. Vai ser assim, enquanto essas bestas demoníacas acharem que nós somos bonequinhos e fazemos o que mandam e usamos o que eles dão sem reclamar. Vai ser assim, enquanto esta frase do capeta (É assim e sempre será) continuar sendo usada como se quem mandasse nessa merda fossem aqueles porras.
Eles mandam? Mandam porque deixamos!!!
Eles nos roubam, não trabalham, nos dão esmolas em vez de nos retornar o dinheiro dos impostos em projetos que nos sejam verdadeiramente úteis e em melhorias nos projetos já prontos, e blablabla.
Nós ganhamos uma miséria. Os valores nos mercados, lojas, e tudo o mais, tão um absurdo! A qualidade de vida tá uma desgraça. Aliás, a palavra "qualidade" nem existe nos dicionários brasileiros, acho. A saúde tá abandonada. A educação também. A segurança não tá sendo motivada pra funcionar. E não tô vendo ninguém pensar em como podemos melhorar nosso dia-a-dia.
Ok, concluímos que nós somos os trouxas idiotas imbecis patéticos da história mundial. Ah, e só pra constar, não precisa ser muito gênio, é só ter ouvido algumas conversar por aí, na TV, no rádio, pra saber que em mais da maioria dos outros países, o povo não é troxa assim. Temos países que eu diria serem piores do que aqui, mas, se formos considerar certos pontos - economia, extensão, população - acho que podemos dizer que somos sim, o pior país do mundo.
Então, voltando lá no Genoíno Cuzão, desejei sim a morte dele. Fiquei pensando o quanto seria legal se, por acaso, uma bala acabasse terminando o serviço que a saúde dele não fez, ou um pouquinho de veneno na água, sei lá.
É um pensamento feio, concordo. Não me orgulho nem um pouco. Mas, poxa, viver sem nem uma vingancinha que seja... E esse palhaço foi longe demais, não concordam?
Bom, deixemos essa história cabeluda pra lá (se bem que, acho que até a história perdeu os cabelos de tanta raiva).
Ficamos com aquelas questões: como podemos mudar agora que a merda já tá feita? O que fazer, pra onde ir, com quem falar?
Sinto dizer, as manifestações pacíficas (e até que não foram tão pacíficas assim) não deram certo.
E eu pergunto: o que seria ser pacífico nesse caso? Seria não invadir e estourar as cadeiras acolchoadas do Congresso Nacional? Do Palácio do Planalto? Não pegar um desses salafrários que nós sabemos que fez coisinhas erradas e prender?
Ah vá a merda. Não gosto de violência, e não acho que deva ser usada, mas se todos se unissem pra fazer O QUE FOSSE PRECISO, aí sim, talvez, conseguíssemos um resultado positivo botando medo naquelas pecinhas que estão sentadas tomando café da melhor qualidade nas suas cadeiras enquanto os papéis jazem intocados e nós recebemos "nãos" quando surge uma boa ideia de alguma boa alma que lá dentro esteja.
Minha ideia, que já foi rejeitada, era que os políticos fossem obrigados a viver do sistema público: saúde, educação, segurança, e nada a mais do que nós temos. Como eles podem saber o quão ruim está se eles nem compartilham disso com a gente?
Eles não andam de trem e ônibus, eles não têm filhos em escolas públicas, eles não marcam suas consultas pelo SUS.
Pois deveriam sim! E não acho nada absurdo, já que eles tão lá pra fazer as coisas, então deveriam fazer para eles também, mas de uma forma coletiva. Deveria, também, não existir essa história de eles poderem ficar usando nosso dinheiro com bolsa-terno, bolsa-champanhe, bolsa-cinto de couro. ONDE JÁ SE VIU ISSO, CARAMBA??? NINGUÉM TÁ VENDO?? ACORDA POVO!!
Cacilda. Eles roubam de formas invisíveis, roubam na nossa cara, roubam no nosso bolso diretamente, e nós parecemos que os olhamos nos olhos e ainda dizemos: Isso, pega tudo. Quer mais um pouco?
Então, deveríamos reivindicar uso do sistema público, proibição de usar o NOSSO dinheiro para benefício próprio, tendo um salário COMPATÍVEL, que não deveria ultrapassar os 10 mil e OLHA QUE TÔ SENDO GENEROSA!!!! Também, deixar avisado que, se não vermos melhorias AQUI NA PERIFERIA, pelo menos o básico, que nem isso temos, faremos uma nova revolta.
Acho que é mais ou menos isso.
E, uma última ideia:
que tal se, nas eleições, quando os nossos queridos candidatos saírem às ruas pedindo voto, segurando bebês, nós encurralássemos eles e levássemos, mesmo que contra a vontade - e sem usar violência, claro - para os lugares onde pudessem ver a merda que tá nossas estruturas? Pra dentro de hospitais, de escolas...
Ah, eles tem seguranças? Pois é, né. Mas, o que são um bando de macacos diante de mais de 11 milhões de pessoas?
Então, povo, ou a gente se junta, mas TODO mundo mesmo: a mãe, o pai, os irmãos, vovó, vovô, tios, primos, cachorros, gatos, papagaios, ou a coisa não vai melhorar NUNCA!
Quem quer viver nesse inferno pra sempre??
E não quero ir embora. Eu amo meu país. Só não concordo com a política dele...