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sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

Os dias passam devagar...

Dói.
A dor é indescritível. A perda deixou um buraco, e parece que sou puxada pra dentro desse buraco, e isso faz a vida parar.
A recuperação demora, mas chega. O tempo vai passando, novas memórias vão sendo construídas, a necessidade de abrir fotos e buscar informações vai diminuindo. Parece muito drama, mas só quem tem uma carga de anos sabe o que é isso que estou descrevendo.
Não quero mudar pra algo que não goste, mas acho que esse momento é a oportunidade de conhecer coisas novas, lugares novos, pessoas novas. E isso somado à necessidade de ter que permanecer com a mente ocupada 24 horas direto. Muitas pessoas diriam que isso não é se recuperar, mas se isso torna mais fácil de levar a vida e esquecer os problemas, por que não?
A partir do momento em que a rotina começa a ficar insuportável, tudo que faz sai errado, esquece e deixa coisas por fazer por não estar concentrado, acho que é válido conseguir alternativas pra tentar resetar a mente.
Eu poderia beber até cair, fazer uso de drogas, tentar remédios pra dormir, e essas coisas. Mas isso sim seria ir por um caminho totalmente anormal (pelo menos no meu caso). Uma das coisas que sinto mais falta é de conhecer coisas das quais jamais tinha ido atrás sozinha. Então, um bom jeito de começar é fazer isso, ter autonomia para ir e conhecer novidades.
Espero que passe logo essa sombra negra e a dor. Eu sei que jamais vou me recuperar 100%, mas tenho fé que tudo um dia será somente uma linda lembrança, sem mágoas e sem rancor, e eu buscarei isso com toda minha força.
=D

domingo, 8 de fevereiro de 2015

Confissão...

E dessa vez, não é possível mesmo. Eu descobri uma nova sensação, um novo sentimento, sei lá como eu classifico isso. Só sei que é algo que supera a dor. Dor é muito mais fácil de entender e sentir do que isso. Na dor você chora, e o choro alivia. Nesse novo sentimento, eu choro e parece que algo me puxa pra fora da realidade. Eu sinto que vou desligar, mas não desliga. O meu corpo chegou a tremer com isso. É assustador, porque eu não sei o que é, nem o que isso vai fazer com a minha vida, se é passageiro ou não, se vai demorar pra ir embora...

Isso não tem só a ver com os 5 anos recentemente jogados fora, como se não fossem nada, o que já é um baita motivo pra ficar puto e doido, mas o que isso me mostrou.
Pensando um pouco no meio dessa dor avassaladora, percebi que o que eu tinha no meu coração, não era só a falta de algo que eu amava, mas todo o tipo de porcaria que esse algo encobria.
Quando chegou, o algo me fez muito bem, porque era bonito sim. Mas, acho que sem saber, me fez um favor. Se usou de forro pra cobrir toda a escuridão que eu trazia dentro de mim. Eu tinha me esquecido do acúmulo de tristeza e indiferença que eu tinha guardado...
Agora, o algo se foi, e meu Deus... eu vi tudo!! A minha âncora foi levada, e meu barco começou a velejar de novo pro meio do nada. O nada que é o desapego e a raiva de tudo. Porque esse mundo é inútil demais, e todo mundo se engana achando que tem que fazer algo aqui, do nascimento até a morte, e eu sempre me perguntei: O quê? e Pra quê? e a resposta não existe... nunca existiu.

Eu fico vendo tudo o que tem de errado e isso me causa taaanto sofrimento, que eu não vejo porque vale a pena passar por isso. Existem coisas bonitas sim, mas na nossa realidade, é uma coisa bonita e boa pra mil ruins, e isso não é exagero.

Não faço a mínima ideia de como me livrar desses pensamentos, e eu tinha deixado essa questão pra lá, porque ficou mascarada pelo algo. Sozinha, quebrada, chorando o luto, ainda tenho que pensar nisso?? Por que não nasci com peito e bunda em vez de cérebro? Por que eu tenho que pensar tanto, e por que sou tão diferente de todo mundo???

Queria tanto conversar com alguém, mas ninguém entende isso. E eu já sei tudo o que vão me dizer. E também, não quero encher de coisas ruins a vida de outras pessoas. Cada um tem seu fardo. Só não sei porque temos que carregá-lo e muito menos pra onde...

O que eu tô sentindo:
medo, tristeza, desapego, indiferença, uma sensação de que vou explodir (e INFELIZMENTE sei que isso NÃO vai acontecer), medo de isso ser pra sempre, e eu chegar nos meus anos cansados pensando "Cheguei até aqui pra descobrir que isso nunca iria passar?!", medo de ter que me relacionar com as pessoas e passar essa porcaria toda pra elas, medo de ser julgada, medo...


Existe uma sombra aqui atrás de mim, e ela sempre esteve. Houve um tempo entre a adolescência e agora que eu não a enxergava, mas ela sempre esteve aqui.