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sábado, 22 de agosto de 2015

Não sei trocar a fita...

“Sensação de dormência. Que contraditório. Quão apropriado. Você pode realmente se sentir dormente? Ou é a incapacidade de sentir? Estou tão acostumada a me sentir dormente que eu comparo com um sentimento real?”
Retirado do link abaixo

Como eu me sinto constantemente...

E isso é uma coisa que vai e volta. É algo que não consigo explicar. É como deixar de existir por alguns instantes e ao mesmo tempo não conseguir se libertar para o descanso final. É querer respirar, sabendo que já está respirando, mas não sentir que isto está certo. As coisas normais do cotidiano ficam todas pesadas. Levantar, andar, comer, falar, até pensar, são coisas infernais de se fazer. Dá quase vontade de implorar para todos para me deixar desligar. Ficar ali, parada, sem sair do lugar, sem falar, sem pensar, sem sentir. Vem os pensamentos de "por que eu tenho que fazer isso? estudar, trabalhar, interagir, sair?". Tudo isso vem sem nenhum motivo. Nos momentos que deveriam ser de maior felicidade, ou pelo menos contentamento. Vem de noite, de manhã, no meio do caminho para algum lugar. Vem na culpa de comer, ou de deixar de comer. Vem porque me arrumei, ou porque não me arrumei. Se bem que, quando me sinto assim, some toda minha preocupação sobre o que os outros estão vendo em mim, se aprovam ou desaprovam. Na verdade, muitas vezes até dá pra sentir uma ponta de contentamento em saber que as pessoas estão vendo algo ruim em mim. Como se isso fosse afastá-las e pudesse finalmente me deixar em paz. O passado, o futuro e o presente viram uma única coisa: nada. Não existe vontade de chegar a lugar algum, de reviver coisas boas ou repassar as coisas ruins, de aproveitar o momento. Tudo se resume a querer deitar no chão mesmo e ficar lá, de olhos abertos, esperando que algo fosse acontecer pra te levar pra longe dali, longe do mundo, de qualquer coisa que a gente conheça. Em uns momentos, que estão até que bastante presentes, a alma volta, de alguma maneira, e aquilo fica esquecido, aquela vontade toda de nada. Mas quando volta, eu imagino como consegui parar de sentir antes. De alguma forma, ao mesmo tempo que essa sensação é horrível, é deliciosa. Quase dá pra dizer que não quero que acabe. Mas eu quero que acabe. De um jeito ou de outro. Tomara...